Custos com Tributação (impostos, taxas, emolumentos)
Há um princípio mundialmente aceito, não exportar tributos, o governo brasileiro tem procurado desonerar das exportações os tributos nacionais, permitindo às empresas ofertarem seus produtos a preços competitivos no mercado internacional. Mas, será que isso realmente acontece, quando uma empresa compra um determinado produto, que para a empresa fabricante é o seu produto acabado, para a empresa compradora este serve de matéria prima ou um componente do seu produto a ser exportado, aí há incidência de alguns impostos, não há maneira eficiente de se desonerar este tipo de tributação, nos casos de mercadoria importada poderíamos indicar o recurso do Drawback que é um à incentivo à exportação.
Custos com Transporte
O transporte de mercadorias de regiões produtoras do Brasil até os portos ou mesmo aeroportos internacionais onde existe o procedimento das alfândegas, tem um custo muito alto em razão da forte dependência das rodovias. Este alto custo diminui a competitividade dos produtos brasileiros em comparação aos países que tem a preocupação com o custo logístico e procuram a maneira mais econômica para escoar sua produção até os portos de seus países.
Vamos analisar o exemplo da soja, o Brasil no ano de 2003, as exportações brasileiras deste produto chegariam a 26 milhões de toneladas segundo dados analisados pelo USDA (United States Departament of Agriculture) o chamado Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que soma 5 milhões a mais de toneladas de grãos do que o exportado na safra 2002/2003, ultrapassando os americanos pela primeira vez que exportará 23,68 milhões, que é o líder exportador deste seguimento.
Se verificarmos que apesar do alto custo com logística já evidenciado no Brasil, nós temos possibilidade de competir igualmente, imaginem o quanto ganharíamos em relação à competitividade se conseguirmos chegar aos baixos níveis que se prática em países como Estados Unidos, em que a preocupação com logística são latentes desde a década de 20, onde as os custos logísticos estão na casa de 7,5%, na Europa que estão entre 8,5% e 10,2%, enquanto que no Brasil se pratica custos três vezes maior chegando à casa dos 25% em algumas empresas.
Segundo dados do (GEIPOT) Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, o Brasil desperdiça cerca de US$ 70 milhões com o transporte desde as fazendas produtoras até os portos por caminhão, com a utilização de trens e barcaças se estimularia a intermodalidade, além de permitir uma economia com fretes de US$ 44 milhões e aproximadamente US$ 26 milhões em combustível.
Isso sem contar as benesses que seriam adquiridas ao meio ambiente que não cabe aqui falar no momento, uma vez que para transportar 3.500 toneladas que é a capacidade de carga de uma composição padrão (locomotiva e seus vagões de aproximadamente 100 toneladas por vagão), seriam necessárias 140 viagens de carreta que tem capacidade de transportar 25 toneladas cada uma, em média.
Custos Administrativos
Os custos administrativos referentes a logística são os custos de remuneração de pessoal envolvido nos processos, e o percentual referente a outras despesas administrativas, porém atribuído ao tempo e recursos administrativos destinados à Logística.
Custos com Embalagem
Embalar um produto significa dar-lhe forma para sua apresentação, proteção, movimentação e utilização, a fim de que possa ser comercializado e manipulado durante todo o seu ciclo de vida. A embalagem precisa ser idealizada levando em consideração que uma mercadoria deverá passar por três fases de manuseio, quando comercializadas, que são:
1. No local de produção quando será embalada e armazenada.
2. No transporte, quando sofrerá os efeitos do seu deslocamento de um ponto a outro, incluindo os transbordos.
3. No seu destino final, quando sofrerá outras manipulações.
Em cada uma dessas etapas, na produção, no transporte e na entrega há manuseio, reprocessamento, formação de kits, colocação de filmes strech e em cada etapa há a inclusão de valores a serem pagos aos manipuladores embaladores e isso vai acrescendo ao valor do produto.
Nosso governo teria que abrir os olhos e apostar no desenvolvimento logístico, capacitação profissional, infra-estrutura dos portos, desenvovilmento da malha ferroviária, evitaríamos os problemas com as más condições de nossas estradas, o sucateamento da malha ferroviária, a deterioração do sistema portuário, talvez para tentar alcançar os níveis de equipamento e infra-estruturas dos países desenvolvidos na Europa e nos Estados Unidos, no entanto, para que se chegue a esse nível o país tem que vencer ainda os problemas culturais e superá-los talvez até criando também um plano de desenvolvimento nacional em Logística, onde teríamos possibilidades de ganhar verdadeiras batalhas no campo do comércio internacional, não somente a soja que foi uma vitória de goleada. Volto a afirmar sem investimentos na logística o país não conseguirá atingir os níveis de custos que se pratica no exterior.
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