Após obter lucro líquido de R$ 30 bilhões em 2010, beneficiando-se de elevados preços e demanda para seu principal produto, o minério de ferro, a mineradora Vale prevê um 2011 igualmente positivo, quando poderá estabelecer novos picos de lucratividade. De acordo com o presidente executivo, Roger Agnelli, e os principais diretores da mineradora, não há mudanças à vista nos fundamentos do mercado e os fatores que propiciaram os elevados ganhos em 2010 devem continuar existindo pelos próximos meses.
Eles relataram, no entanto, alguns riscos e alguns problemas. A questão do Oriente Médio e norte da África, por exemplo, que é imprevisível e que, na opinião de Agnelli, tem a possibilidade de evoluir para algo que atrapalhe as companhias de modo geral nesse ano.
O presidente da empresa também citou problemas em conseguir de fornecedores todos os equipamentos que a mineradora necessita para dar o prosseguimento previsto em seus diversos projetos no mundo. "Existe falta de recursos para a implementação de grandes projetos", disse Agnelli a investidores e analistas em teleconferência nesta sexta-feira, para comentar os resultados financeiros do quarto trimestre de 2010 divulgados na véspera.
Sobre a demanda por minério, o diretor de Ferrosos, José Carlos Martins, voltou a citar a situação da Índia e da China quanto à produção. "Em nossa visão, a Índia terá um papel cada vez menor no mercado internacional de minério de ferro. Existem claros sinais de que eles irão reduzir seus embarques nesse ano", afirmou Martins.
"Quanto aos produtores marginais de minério de ferro na China, vemos os seus custos subindo. Nesse aspecto, estamos bem posicionados e a competitividade do nosso minério deve crescer", acrescentou.
Retorno a acionistas
Roger Agnelli foi questionado por investidores sobre se teria planos de elevar os retornos aos acionistas devido aos elevados níveis de geração de caixa que a companhia tem registrado.
Segundo ele, no momento não há planos para que alguma medida nesse sentido ocorra. "Temos que esperar um pouco mais para decidir se podemos elevar os retornos aos acionistas. Queremos concluir as expansões previstas nas nossas operações, estamos sendo muito cuidadosos com as alocações de capital", afirmou. "Se tivermos espaço para elevar os retornos, iremos fazê-lo. Mas eu não quero antecipar nada".
Nenhum comentário:
Postar um comentário