Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria demonstrou que a distância da Amazônia e sua carência em infraestrutura básica de transportes (rodovias, hidrovias, ferrovias, portos e aeroportos), obrigam as empresas da região a desembolsar aproximadamente R$ 17 bilhões por ano só com logística. Em alguns casos, as mercadorias demoram até 30 dias para serem deslocadas dos Estados da Amazônia para o centro-sul do país e vice-versa.
Além do problema de interligação com outras regiões, a falta de integração multimodal de transportes internos impede que a produção agropecuária e extrativa local seja escoada para os centros comerciais da própria Amazônia, obrigando-nos a “importar” do sul bens que são aqui produzidos, mas não conseguem chegar ao consumidor amazônida.
É este impacto de até 25% no custo das mercadorias que explica, em parte, a ausência de grandes redes varejistas de supermercados, móveis e eletroeletrônicos nas cidades da Amazônia, e não a absurda alegação de eventual protecionismo comercial interno.
Por não possuirmos ainda interligação rodoviária com o restante do país, as mercadorias enfrentam uma via crucis modal para atingir o nosso mercado. O nosso porto, que poderia ser alternativa para o escoamento dos grãos produzidos em outras regiões do país, não consegue se aproveitar da vantagem de sua localização privilegiada. A única fronteira do Brasil com a União Europeia não tem o alcance que merece sem que se conclua a BR-156 e a ponte binacional. Há ainda as limitações do aeroporto em obras intermináveis e, talvez o maior desafio da nossa logística, as vias internas (rodoviárias e fluviais), que condenam a agricultura do Amapá à mera subsistência dos produtores.
As soluções são conhecidas, com algumas delas em andamento: adequação do Porto de Santana para o transbordo graneleiro; construção da hidrovia do Marajó para reduzir tempo e custos do transporte Belém–Macapá; conclusão das obras das pontes do Oiapoque (binacional) e do Jari; pavimentação da BR, inclusive no seu trecho sul; conclusão do aeroporto; além da urgente expansão, manutenção e pavimentação das rodovias e vicinais internas do Estado.
Sem tais ações emergenciais, a economia não deslancha e até os incentivos fiscais das futuras Zona Franca de Macapá e Santana e Zona de Processamento de Exportações poderão se revelar ineficazes.
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