Valor Online | 27/09/2011 13:15
O setor de transportes é um dos principais pontos em que o Brasil deve direcionar seus investimentos. Essa é a opinião de Paulo Fernando Fleury, diretor-geral do Instituto Ilos de Logística e Supply Chain - entidade criada por professores da Universidade do Rio de Janeiro.
Durante o 8º Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas, na manhã desta terça-feira, Fleury apresentou um estudo do quanto deveria ser investido no país para que os modais portos, ferrovias e rodovias possam ser competitivos internacionalmente. Ao todo, R$ 983 bilhões devem ser gastos no longo prazo para o Brasil melhorar a logística interna.Enquanto o custo em logística, em 2010, custou 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB), nos Estados Unidos a soma chegou a 7,6% do PIB.
Para o diretor, o governo não está olhando para o setor com a atenção necessária. "Os investimentos aumentaram, mas ainda falta muito. Essa cifra é a longo prazo, mas temos que começarmos a nos mover agora", afirmou.O grosso dos investimentos está nas rodovias. Segundo Fleury, dos 1,6 milhão de quilômetro de estradas, apenas 200 mil km são pavimentados. Por isso, seriam necessários R$ 811,7 bilhões para o Brasil equiparar sua malha com a dos Estados Unidos, por exemplo. "No PAC I, o governo destinou R$ 43,5 bi.
O Brasil tem um déficit gigante em logística", afirmou.Nas ferrovias, enquanto o Brasil construiu 29 mil km, os Estados Unidos possuem 227 mil km de trilhos. Dos R$ 130,8 bilhões necessários para melhorar esse tipo de transporte, o estudo de Fleury afirma que R$ 120 bilhões devem ser destinados para a recuperação da malha já existente."Apenas 10% é plenamente ocupado, e 4,7 mil km estão em mau estado", disse.
Em portos, terceiro modal base para a logística, são necessárias 133 obras para reduzir o déficit nesse tipo de transporte. Os investimentos precisam somar R$ 40,5 bilhões ao longo dos anos, segundo Fleury. O PAC I destinou R$ 3,3 bilhões para a expansão do sistema portuário
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