(21-08-09) – a Tempos atrás, o consumidor brasileiro fazia a sua escolha, na compra do carro novo, tão somente pela paixão por um modelo ou pela preferência pessoal por uma marca. Nessa época, não havia muita informação sobre os produtos oferecidos pelo mercado, com a exceção do que era apresentado em publicações dirigidas. De uns tempos para cá, a situação mudou;e para melhor. Há maior acesso a informações que apontam os diferenciais entre os modelos, num conjunto de dados que não se restringe à motorização ou à velocidade alcançada pelo veículo. Exemplo disso é que os índices divulgados pelo CESVI (reparabilidade, segurança, visibilidade e danos de enchente) estão disponíveis para a pesquisa do consumidor, seja por meio dos canais do próprio CESVI (site, revistas), seja pelo espaço que a imprensa dá a estas referências. Com isso, o ato de consumo passou a incorporar critérios embasados em características do veículo que, antigamente, eram ignoradas pela maioria das pessoas. Assim, hoje, quando começa a pesquisar para a compra do carro novo, o cidadão procura, além da sua cor preferida, aspectos como um custo mais favorável de peças (para a eventualidade de um reparo) e um valor mais atraente de seguro. É por isso que, mais do que nunca, o custo do seguro passou a ter influência direta na evolução dos veículos. Hoje em dia, as montadoras vêm se preocupando com a construção de estruturas que ofereçam uma melhor reparabilidade, capaz de obter um valor mais atraente de seguro e, consequentemente, maior competitividade no mercado. Antes, os modelos de design parecidos tendiam a receber valores de seguro semelhantes, já que faltava uma base técnica para identificar o comportamento de cada carro em uma eventual colisão e no posterior reparo dos danos. Hoje, a diferenciação é possível e cada vez mais transparente. Como nasce a informação Esta evolução na reparabilidade dos carros está diretamente relacionada a um estudo do CESVI BRASIL que, desde 2005, classifica os veículos de acordo com a facilidade e o custo do reparo de cada modelo. Trata-se do CAR Group(CESVI Automotive Rating).O estudo se dá da seguinte forma: o CESVI recebe o veículo antes do seu lançamento no mercadopara a realização de um crash-test dianteiro e um crash-test traseiro,mediante o procedimento de uma Norma Internacional denominada RCAR (Research Council for Automobile Repairs). Após a execução do crash-test,o veículo é encaminhado para a oficina do CESVI para uma análise do comportamento estrutural e individual das peças envolvidas no impacto. São identificadas quais peças serão reparadas e quais peças serão substituídas para serem solicitadas para a montadora. Também são solicitados para a montadora, os preços das peças que estarão disponíveis no mercado. Com a chegada das peças na oficina, inicia-se o processo de reparo com a coleta dos tempos de reparação e substituição das peças. Também são levantados os custos de materiais e insumos utilizados no processo de pintura. Com a conclusão do reparo, os dados coletados com os preços das peças são inseridos em um cálculo matemático chegando a um valor denominado como custo médio ponderado. Os dados utilizados para chegar ao custo médio ponderado são: Custo total da reparação dianteira e traseira (funilaria, mecânica e pintura); • Cesta de tempos de substituição (painel dianteiro, porta dianteira e painel traseiro); • Cesta básica de peças (peças mais envolvidas em colisões de baixa velocidade). Cesta básica de peças • Para-choque dianteiro; • Painel dianteiro; • Capô; • Para-lama dianteiro esquerdo; • Conjunto óptico esquerdo; • Grade do radiador; • Condensador do ar-condicionado; • Radiador; • Porta dianteira esquerda; • Porta traseira direita; • Lateral traseira direita; • Tampa traseira; • Painel traseiro; • Para-choque traseiro; • Lanterna traseira direita. Classificação: quanto menor, melhor Cada veículo estudado pelo CESVI possui um valor de custo médio ponderado para que seja definida a sua classificação no ranking do CAR Group, em grupos que vão de 10 a 60. Cada grupo possui uma faixa de valores. O resultado do estudo, com o custo médio ponderado, identifica em qual grupo o veículo se enquadra para saber qual o CAR Group. Quanto MENOR a classificação do grupo identificado, MELHOR o desempenho (e o custo) do veículo no que diz respeito à combinação entre reparabilidade e cesta básica de peças. Como exemplo, um veículo que esteja classificado no grupo 13 possibilita um custo médio ponderado mais favorável que outro modelo da mesma categoria que esteja no grupo 25. Após a conclusão da classificação do CAR Group, o estudo se encerra com um relatório com uma avaliação geral dos danos, conclusões sobre os reparos e substituições realizadas e sugestões de melhorias para as montadoras. Qualquer pessoa pode fazer comparativos entre diversos modelos, no que diz respeito ao CAR Group, no site do CESVI: www.cesvibrasil.com.br Benefícios para todos O desenvolvimento do CAR Group tem influências em uma série de decisões tomadas tanto pelas montadoras quanto pelas seguradoras e pelos proprietários de veículos. Confira: • As montadoras ficam sabendo, antes do lançamento do veículo, quais peças foram danificadas neste estudo. Estas informações podem fazer com que possam trabalhar em melhorias estruturais ou até mesmo visar a um futuro projeto de uma nova carroceria. Outro ponto em que as montadoras podem trabalhar é a redução ou aumento do preço das peças, antes ou até mesmo após a sua comercialização. • As seguradoras utilizam o resultado deste estudo para definir os valores de prêmio e franquia dos veículos, juntamente com outros dados como a frequência de roubo de cada modelo e do perfil do segurado. • O consumidor final dispõe de mais um dado no mercado, podendo optar pela escolha de um veículo, seja usado ou zero quilômetro, com menor custo de reparação e, por conseqüência, com menor custo de seguro. Constatação de modernidade Os estudos do CESVI atestam a evolução no desenvolvimento das carrocerias dos veículos mais novos, o que se reflete na preocupação das montadoras em oferecer modelos que tenham custos de reparo e seguro mais favoráveis para seus clientes. Ao fornecerem veículos para esses estudos, na fase que antecede o lançamento para o mercado, as montadoras proporcionam uma série de vantagens agregadas aos seus produtos, como: • Minimização dos danos em impactos de baixa velocidade; • Maior facilidade para o reparo do veiculo; • Conhecimento prévio das peças danificadas para este tipo de impacto; • Estudo dos preços das peças danificadas com antecedência. Melhorias nos projetos Outro beneficio é que, com o estudo prévio, o CESVI é capaz de sugerir adequações ao projeto do veiculo, com o intuito de facilitar seu reparo e melhorar a sua classificação no CAR Group. Alguns exemplos de resultados deste trabalho realizado pelo CESVI, com sugestões que foram aplicadas pelas montadoras, são: • Adoção de absorvedores de impacto em PP (polipropileno) ou metálicos (crash-box) na dianteira e traseira de modelos de veículos; • Introdução de kits de reparo do farol e radiador no mercado; • Utilização de painéis frontais, metálicos ou em plástico, parafusados; • Fornecimento parcial de peças, como no caso da longarina, em que apenas a ponta é fornecida. Comparativo atesta evolução Com a evolução dos veículos, as plataformas mais novas tendem a contar com um melhor comportamento e, consequentemente, um índice de CAR Group mais favorável. Para um melhor entendimento sobre isso, será apresentado um comparativo entre o Gol Geração III (produzido de 2000 a 2006) com o Novo Gol (produzido a partir de 2008) Número de peças substituídas O número de peças substituídas é um dos fatores que influenciam no resultado do CAR Group, pois a quantidade de peças está diretamente relacionada ao custo das peças. Das 25 peças substituídas do Gol Geração III, nove peças estavam relacionadas à parte mecânica. Os fatores que contribuíram para o alto número de peças atingidas da mecânica foram a ausência de uma travessa com crash-box na dianteira e a disposição do motor de forma longitudinal. Já para o Novo Gol, das 16 peças substituídas, apenas duas peças faziam parte da mecânica. Além da disposição do motor na forma transversal, o crash-box contribuiu para a absorção da energia de impacto, reduzindo o número de peças substituídas entre funilaria e mecânica. Pelo gráfico, observa-se que, para o Novo Gol, houve uma redução de 36% de peças substituídas em relação ao Gol Geração III. Custo do reparo A plataforma moderna do Novo Gol (exemplo: a disposição do motor na forma transversal e também a adição de uma travessa com crashbox na dianteira) fez uma diferença significativa quanto ao custo total da reparação: Com a diminuição das peças substituídas do Novo Gol em relação ao Gol Geração III, ocorreu a redução de 62% do custo total das peças substituídas, além de uma redução do custo total da mão de obra em 31%. Por consequência, o custo total da reparação do Novo Gol teve uma redução de quase a metade em comparação com o custo relacionado ao Gol Geração III. Classificação CAR Group Todo o estudo é refletido na excelente classificação do Novo Gol no ranking CAR Group – 11, quase atingindo a melhor pontuação possível, que é 10. Observa-se, pelo gráfico acima, que o Novo Gol apresenta um menor custo de seguro em comparação com o Gol Geração III, chegando a 13% de diferença. Benefícios gerais do CAR Group • Permite conhecer o menor custo de serviço de reparo para cada veículo estudado – Classificação CAR Group; • Beneficia o mercado com a diminuição do custo das peças de colisão; • Oferece informações sobre a evolução dos veículos no que diz respeito à reparabilidade; • Sugere desenvolvimento de peças / kits específicos para o reparo, oferecendo soluções mais baratas aos clientes; • Auxilia na redução do custo do seguro. __________________________ Confira outros estudos do CESVI BRASIL |
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